sábado, 26 de novembro de 2011

BEM VINDO à sociedade do descarte, não só de copos plásticos, mas de valores, estilos de vida, relacionamentos estáveis e apego as coisas matériais. Sorrisos brilhantes de gel dental frente as mazelas da humanidade: guerra, fome, destruição, crime, as drogas e a casa do Big Brother. Como não ser contaminado por essa ética do minimalista, de "salve-se quem puder, e de preferência eu!". De tanto pensar em mim e no meu umbigo, vou espalhando o vazio nas relações fugazes e sem intimidade que vou tecendo com esse mundo cada vez mais sombrio. Que garantias a juventude tem num mundo em que tudo parece superfluo, e onde uma propaganda grita em nossos ouvidos que comprando em "X" supermercado é ser feliz de fato. Como se nas gôndolas e prateleiras, eu pudesse comprar itens felizes e tampar rapidinho a próxima crise de vazio que irá me invadir.

domingo, 6 de novembro de 2011

Amor é isto: a dialética entre a alegria do encontro e a dor da separação. E neste espaço o amor só sobrevive graças a algo que se chama fidelidade: a espera do regresso. Quem não pode suportar a dor da separação não está preparado para o amor. Porque o amor é algo que não se possui, jamais. É evento de graça. Aparece quando quer, e só nos resta ficar à espera. E, quando ele volta, a alegria volta com ele. E sentimos então que valeu a pena suportar a dor da ausência, pela alegria do reencontro.
— Rubem Alves